terça-feira, 6 de novembro de 2012

Cigarras de Paraibuna-SP (Parte 4)

















Estou muito feliz por ter encontrado novamente esta cigarra (já havia a encontrado em Socorro-SP ano passado). Se por um lado ela me provou por a + b que eu estava identificando outra espécie de maneira errada, por outro me deu certeza de que esta é a verdadeira espécie que antes eu não sabia: Trata-se nada mais nada menos que da Quesada sodalis!!!!! Tive a sorte de achar um documento que identificava com certeza esta espécie, principalmente pelas suas marcas nas asas (Espécies de Cigarras Associadas ao Cafeeiro). Como se pode ver nas fotos, seu corpo é quase todo negro, com o colar e os olhos num tom bastante escuro de verde, 2 manchas brancas em forma de ponto nos lados do abdome e o ventre branco (exceto as patas e a parte central do abdome). Seu tamanho é de aproximadamente 4cm, e o espécime nesta foto é um macho. Seu canto é bastante alto, chegando a ser ensurdecedor: uma vibração em altíssima velocidade, num tom bastante agudo. Há possibilidades de que outra cigarra encontrada no ano passado em Campinas e postada neste blog pertença à mesma espécie, pois possui o canto quase igual; porém, a cor dos olhos e das marcas no mesonoto do espécime são diferentes, não há marcações nas asas, e o período na qual ele foi encontrado era posterior ao atual (final de dezembro, enquanto estamos no início de novembro), o que pode resultar ainda numa outra espécie.

Cigarras em Paraibuna-SP (parte 3)



Esta aqui é a mesma espécie encontrada em Campinas em 2010 (identificada como cigarra da grama) e em Socorro em 2011. Apenas um ponto a salientar: o espécime fotografado em Socorro tinha o dorso completamente preto, enquanto os exemplares de Campinas e Paraibuna possuíam manchas amarelas no mesonoto. Apesar disso, trata-se da mesma espécie. Reparem também no tom esfumaçado das asas, e nas nervuras esverdeadas próximas à raiz. Hoje acredito que essa espécie pertença ao gênero Ariasa, pois foi a identificação mais próxima que já encontrei.

Cigarras em Paraibuna-SP (parte 2)





Mais fotos da F. picea, que eu achei por bem colocar em outra postagem para não deixar a anterior muito extensa.

Cigarras em Paraibuna-SP (Parte 1)















Estive em Paraibuna-SP a trabalho por uma semana (29 de outubro a 04 de novembro) e estive em contato com várias espécies de cigarras, inclusive esta, da qual tirei muitas fotos e fiz dois vídeos. Esta espécie é a mesma que foi encontrada em Socorro-SP no ano passado, e algumas vezes pude ouvir o canto dela aqui mesmo em Campinas. Acredito tratar-se de uma Fidicinoides picea. Como podem ver, o corpo dela é quase totalmente verde, exceto por duas linhas pretas que margeiam duas manchas marrons no mesonoto, e pelo abdome ventral com cor também amarronzada. Seu tamanho é de 3,5cm, descontadas as asas. O canto é muito característico, com oscilações de frequência que começam em um determinado ritmo (alternando entre rápido e veloz) e depois aceleram ao ponto de o canto terminar numa frequência mais alta, que dura entre 5 e 10 segundos. Elas cantam em árvores, desde a base do tronco até os galhos mais altos.
Eis um link com o canto da espécie, bastante similar ao gravado em vídeo por mim:
http://sueur.jerome.perso.neuf.fr/buzzes_main.html

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mistério resolvido!!! É uma Carineta sp









 

Finalmente descobri que a cigarra misteriosa fotografada ano passado e postada neste mesmo blog é da mesma espécie que a cigarra verde, ou seja, Carineta sp!!! Antes eu cheguei a desconfiar que fossem a mesma espécie, mas a oitava foto de cima para baixo me fez duvidar, pois parecia mais uma Taphura que uma Carineta. Somente com a última foto eu obtive a confirmação. O canto da espécie é bastante errático, uma pulsação oscilante com trechos mais acelerados e trechos mais lentos, mas tudo incrivelmente rápido (quem ouve de longe pensa se tratar única e exclusivamente de um zumbido). A qualquer aproximação, elas cessam o canto imediatamente, e parecem dialogar, com sequências de estalos curtos, quando a área parece segura, até reiniciarem o canto. São bastante difíceis de serem vistas, por causa da cor verde e por gostarem de se abrigar em matas sujas, com trepadeiras e na proximidade de pântanos. Tamanho aproximado: 1,3 a 1,5cm. Apresentam dimorfismo sexual: a fêmea é totalmente verde, enquanto o macho possui o abdomen marrom.